Como é produzir grandes festivais no Brasil em um período de crise

tomorrowland-brasil-2017-criseDurante muitos anos, o público brasileiro apenas sonhou com os maiores festivais do mundo chegando por aqui. Enquanto isso acontecia, produtores locais resolveram agir e criar suas próprias marcas e conceitos e trabalhar para criar no país uma tradição local no desenvolvimento de festivais. Enquanto nomes como Tomorrowland, Electric Daisy Carnival e Ultra Music Festival chegam ao Brasil carregando o peso da fama de suas versões originais e acabam sofrendo com as altas expectativas do público brasileiro, festivais locais como a XXXperience, a Tribaltech e o Federal Music se tornam mais livres em direcionar suas decisões de acordo com suas próprias necessidades.

O Brasil atravessa um momento complicado no entretenimento. Com a desvalorização da nossa moeda, fica cada vez mais caro e menos vantajoso produzir um festival com uma lista de artistas internacionais que acabam não dando o retorno esperado. O público brasileiro se vê em meio à dicotomia que é esperar um line up tão grandioso quanto os das edições originais dos festivais, porém sem pensar no custo que esses artistas geram ao produtor local. E quando o line up não atende suas expectativas, ele perde o interesse de comprar seu ingresso. Ao mesmo tempo vemos grandes artistas nacionais lotando festas com muito mais facilidade que alguns artistas considerados superstar DJs. E como fica o produtor nessa história?

xxxperience-20-anos-2016-revista-backstages-brasil-2Festivais com um público mais underground acabam sendo mais livres na construção dessa identidade. DJs de vertentes menos comerciais custam muito menos para o produtor e arrastam multidões de fãs fiéis por onde passam. E é por isso que a XXXperience acabou de comemorar 20 anos em sua última edição considerada um sucesso. Entretanto, festivais mesmo locais que acabam se voltando para um line up mais comercial têm passado por algumas dificuldades, como é o caso do Federal Music.

Seria o caso de avaliar então a mudança comportamental do público brasileiro? Vale a pena continuar investindo em grandes nomes de artistas e marcas dentro de uma nova logística de público? Foi sobre a convergência dessas duas experiências – trazer festivais internacionais para o Brasil e a criação de festivais locais – o tema do painel “O Brasil de Festivais” no RMC Curitiba que contou com a participação de Luiz Gustavo Zagonel (Warung Day Festival), Rodrigo Vieira (Ultra Brasil), Jeje (Tribaltech) e Raul Mendes (Federal Music) falando sobre suas experiências.

Créditos: riomusicconference

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