Electric Zoo Brasil estréia entre erros e muitos acertos

O festival ELectric Zoo Brasil, aconteceu em São Paulo no último dia 21 de abril e chegou ao país como uma aposta para suprir a ausência do Tomorrowland Brasil, que teve a edição de 2017 cancelada. A ideia é suprir a demanda do mercado brasileiro por festivais de música eletrônica, mas com uma estrutura menor e mais enxuta.

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O conceito do Electric Zoo Festival funciona muito bem na sua cidade de origem, em Nova York, onde o evento acontece desde 2009, com uma cenografia inspirada em animais, como a do palco King Cobra utilizado na edição norte-americana em 2016 e que foi trazido para a primeira edição brasileira. Mesmo com uma estrutura e cenografia muito menor do que a utilizada no Tomorrowland Brasil, o mainstage do Electric Zoo Brasil mostrou todo o cuidado e a beleza das criações desenvolvidas para os festivais da ID&T/SFX, produtoras que realizam os festivais pelo mundo.

A edição paulistana teve que lidar com um problema antes mesmo da sua estréia. Algumas semanas antes da realização do festival no Brasil, o evento foi transferido do Jockey Club para o Autódromo de Interlagos, um espaço maior e mais aberto em relação ao que estava previsto no Jockey. Isso, sem dúvida, deve ter alterado bastante a ideia de cenário e decoração visto pelos presentes no festival, esse foi um dos detalhes que mudou bastante a experiência da primeira edição brasileira. Outro fator que não pode ser controlado é o clima e, sim, a chuva não deu trégua no autódromo Interlagos. Houve pancadas de chuva durante toda a noite, mas não a ponto de estragar a festa de quase 20 mil pessoas (público estimado).

Artistas e apresentações
No entanto, com tudo isso, não dá pra negar que os headliners escalados pela Plusnetwork não deixaram a desejar. Hardwell dividiu o mainstage com grandes nomes como Kshmr, Alan Walker e R3hab. O destaque ficou novamente para o brasileiro Vintage Culture que mesmo de baixo de muita chuva, arrastou o público para o mainstage às 23hs, foi um verdadeiro espetáculo. O que gerou descontentamento por parte do público no festival e nas redes sociais, foi a altura do som no mainstage estar bem abaixo do esperado. Na área vip, o público reclamou que o som chegava muito baixo e isso prejudicou a apresentação de algumas atrações que eram tão aguardadas.

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DJ ANNA um dos destaques do festival
O grande destaque do evento ficou por conta da produção do palco Awakenings que contou com performances de altíssimo nível, com Gui Boratto, Pig & Dan (somente Dan se apresentou. Pig não compareceu por conta do vôo para São Paulo, por causa de problemas meteorológicos) e o b2b de Enrico Sangiuliano e Bart Skils que levou o público ao delírio. ANNA, DJ brasileira com agenda lotada e elogiada por nomes como Deadmau5 e Solomun, foi destaque entre grandes nomes da noite. A brasileira tem um set único, diferente e marcante e realizou uma apresentação de 2 horas, e há quem diga que se pudesse ela tocaria mais, Anna foi um show à parte. Ela é, sem dúvida, uma aposta já concretizada dentro da indústria da música eletrônica e que precisa ser ouvida muitas outras vezes em festivais ou clubes. E não podemos esquecer de mencionar, que, tudo isso se deve a curadoria do selo holandês que reuniu nomes de excelência do techno e garantiu uma noite espetacular e, sem dúvidas, Awakenings foi um dos melhores stages do festival.

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O stage Tree House que tinha seu line-up focado em talentos nacionais com nomes como Chemical Surf, Malik Mustache entre outros, pecou pelo visual simples e um tanto básico demais. Os fãs de deep house se divertiram com o line up, mas sem dúvida a temática do palco e a decoração poderiam ter ganhado mais alguns detalhes e destaque para complementar a experiência.

Segurança
Durante a madrugada houve um momento de tensão na área vip, um desentendimento entre dois policiais e um segurança causou muita confusão, o ocorrido feriu duas pessoas e ocasionou a morte de um policial civil. As circunstâncias ainda estão sendo investigadas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o policial civil José Roberto Cunha Palferro se envolveu em um “desentendimento” no banheiro masculino. O policial foi levado para o Hospital Geral do Grajaú, onde morreu por volta das 22h30 deste sábado (22). O festival divulgou uma nota, onde lamenta a fatalidade. Infelizmente, não há muito o que os festivais possam fazer em relação a policias em serviço ou não utilizando armas de fogo dentro de grandes eventos, isso não é responsabilidade da organização do evento, mas sim das autoridades competentes.

Durante todo o festival não se via aquelas filas enormes nos bares, era rápido ter acesso aos banheiros e o deslocamento entre os palcos era tranquilo, pois os mesmos eram bem próximos. A Plusnetwork, organizadora do Electric Zoo no Brasil já anunciou que irá trazer outros grandes festivais de médio porte para o país, um deles já confirmado é o Milkshake festival (considerado um dos festivais mais liberativos do mundo).

O sentimento que fica da primeira edição do Electric Zoo Brasil é de que o festival tem muito a crescer no Brasil, o Ezoo mesmo debaixo de muita chuva, foi um verdadeiro espetáculo. Mas, no futuro que seja repensado a parte de segurança – para que os fãs possam desfrutar de um festival com segurança e que possam curtir os seus artistas favoritos em meio a um local com tranquilidade e harmonia. O festival ainda não confirmou a segunda edição do Electric Zoo Brasil.

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