Cena comum em todos os festivais do mundo, grupos enormes carregando as bandeiras de sua terra natal. Penduram nas barracas de camping, sacodem no palco e cobrem o corpo com elas como forma de mostrar não só a que vieram, mas de onde vieram. Na primeira edição do Tomorrowland Brasil, nada menos que bandeiras de 69 países colorem o Parque Maeda, em Itu: Argentina, Bolívia, Peru, Uruguai, Paraguai, Bélgica, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, entre outras, são vistas entre tantas brasileiras, a maioria, levadas por gente dos quatro cantos do país. Chegaram em caravanas, balançando também as bandeiras de seus estados, jovens de todas as gerações de norte a sul.
Meninas do Acre viajaram sozinhas pela primeira vez, numa aventura que começou na cidade de Feijó. Com mochilão e barracas nas costas, viajaram seis horas de ônibus rumo a capital Rio Branco para, então, voar três horas até Campinas e de lá um shuttle de uma hora até a Dreamville, onde estão acampadas ao lado da turma que deixou Palmas, no Tocantins, de ônibus numa epopeia de 23 horas até a cidade de Itu. Não longe dali, onde fincaram bandeira cerca de 20 mil pessoas, estão as delegações de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Pernambuco. O estado nordestino é um dos mais bem representados no Tomorrowland Brasil, assim como Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro.
Na véspera de os portões do Parque Maeda serem abertos para o público, os aeroportos das principais capitais davam uma ideia do que seria o festival, que até domingo terá reunido 180 mil pessoas numa área de 1.2 milhão de metros quadrados a cerca de uma hora de São Paulo. Multidões na fila do check-in, aviões lotados com destino à capital paulista, roupas fluorescentes e, desde já, bandeiras na mão do embarque à chegada a um dos maiores festivais de música eletrônica já realizados no país. O bom dessa história é que há testemunhas do Oiapoque ao Chuí.