Pedro Mendes, nome real do artista, é o terceiro melhor DJ do país segundo o ranking anual da House Mag. O posicionamento colocou o artista ao lado de nomes como Vintage Culture e Alok. Em 2015, Illusionize foi considerado “DJ Revelação” pela Cool Awards.
Natural de Goiânia (GO), o DJ e produtor busca sempre inovar. Para isso, transita sutilmente entre gêneros musicais, sem se prender a qualquer rótulo. Com características sonoras peculiares, sua mixagem e mistura de influências transformam o resultado de suas produções em materiais únicos, com ótima recepção do público.
Agenciado pela Plusnetwork, em 2017 teve sua estreia em palcos internacionais tocando na África do Sul e no Vietnã. No começo do ano tocou pela primeira vez no Lollapalooza Brasil, no mesmo dia e palco que Martin Garrix e Oliver Heldens. Em abril se apresentou na estreia do Electric Zoo Brasil, tocando ao lado de nomes como Hardwell, KSHMR e R3hab no palco principal. Recentemente, Illusionize se apresentou no maior festival de música do Brasil, o Rock in Rio e agora o Dj se prepara para se apresentar no festival XXXperience.
Illusionize, conversou conosco e falou um pouco mais sobre seus novos projetos, planos para o futuro e a Elevation, selo criado recentemente pelo DJ e produtor goiano. Confira a entrevista na integra:
1 – Para começar, gostaria que falasse um pouco da sua história, como foi o primeiro contato com a música eletrônica?
R: Comecei minha carreira aos 14, que foi quando toquei pela primeira vez em uma festa. Na época era tudo muito básico, nem fone eu tinha para me auxiliar nessas apresentações, isso somente aos 18 consegui comprar e já estava numa fase mais evoluída e com o nome Illusionize nas costas. Meus amigos viam que eu gostava muito de fazer isso e me incentivaram a seguir carreira, assim como a minha familia também. Então, embora eu não tivesse nem se quer computador para fazer as minhas produções eu vi que era isso que eu queria para a minha vida.
2- Ao passar dos anos você vem em uma grande evolução, produzindo e tocando pelo Brasil a fora, se apresentou no mainstage de diversos e grandes festivais, como Tomorrowland e Electric Zoo. Como você se sente vivendo nessa constante evolução entre o inicio da sua carreira e hoje?
R: Ás vezes eu me sinto até um pouco doido. Há tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que para administrar as vezes eu me sinto um pouco perdido. A maioria do tempo eu me sinto muito agradecido por ver onde eu estava três anos atrás e perceber que tanta coisa boa que aconteceu desde então. Foi uma evolução tão rápida que a única coisa que eu tenho a falar é que eu sou muito grato. A minha visão para o futuro é que muitas coisas boas podem estar vindo e só dependem do meu ponto de foco e determinação.
3- Você tem marcado presença pelos principais clubs e festivais dos quatro cantos do país. Se pudesse destacar alguns momentos que viveu nos últimos anos, quais seriam?
R: Um dos momentos mais marcantes para mim foi o carnaval Eletrônico em Curitiba. Foi a apresentação com o maior público que já toquei na minha vida, ao todo foram 20mil pessoas. Tudo foi tão incrível que não tenho palavras para descrever.
Outro momento muito marcante foi tocar no Tomorrowland no palco principal. Tocar 3 vezes no festival foi um grande desafio. O Lollapalooza também foi muito marcante, diria até que foi marco na minha carreira porque foi algo que eu não esperava. Não foi uma apresentação que eu sonhava porque sabia que era algo bem distante e isso simplesmente aconteceu.
Existem vários momentos que me marcam muito e que sempre me estimulam. Eles não são somente os dos grandes eventos, existem shows em clubes que também levo comigo. Um deles é o Privilège, onde eu fiz um dos melhores sets da minha carreira. Ao todo foram 8 horas tocando seguidas sem parar.
4- Pedro, recentemente você fez a sua primeira apresentação fora do Brasil, desbravando a Africa do Sul e India. Fala pra a gente um pouco dessa sensação de poder levar a sua música e suas produções pra fora do Brasil, qual a vibe disso tudo e o que essa grande experiência representa na sua carreira?
R: A África foi um ponto chave na minha vida pois lá eu fiz coisas que me passaram um aprendizado gigantesco, que levarei comigo pra sempre. Ao chegar na Truth, a casa onde seria a minha apresentação em Johannesburg recebi a mesma vibração que sempre tenho no Brasil foi algo que me surpreendeu e me deixou com energia suficiente para tocar por diversas horas.
Na Ásia a cultura deles é completamente diferente de qualquer outro lugar que eu já tenha ido na minha vida tanto na culinária como no lifestyle. Tudo é muito diferente. Na África eu só pude ficar dois dias e no Vietnã eu fiquei uma semana.
Em questão de música, África e Vietnã são bem diferentes. Por exemplo, no Vietnã eles abrem os clubes todos os dias da semana e o leque deles é aberto para todos os estilos, não há tanta segmentação como aqui no Brasil, que tem a galera que curte o low BPM e a que curte o EDM. Já na África a galera é tão segmentada quanto aqui no Brasil, porém eles curtem muito o que está acontecendo.
O que realmente me surpreendeu foi ver que as pessoas me chamavam pelo nome e não pelo nome artístico, coisa que só acontece aqui no Brasil. Lá na África eles criaram um grito durante o show com o meu nome!
5- Como você, Illusionize, enxerga o momento da música eletrônica no Brasil e o que você acha que falta na cena nacional?
R: O momento atual da música brasileira ao mesmo tempo que está muito bom, está bastante repetitivo. São tantos nomes bons que estão aparecendo e ao mesmo tempo nomes que apenas estão copiando. Eu acredito que essa pessoa que copia possui um grande potencial de fazer algo dela mesmo. O que eu vejo é que aos poucos isso vai mudar e que a cena brasileira tem total potencial para chegar ao patamar de qualquer outra cena mundial,visto que temos grandes profissionais e grandes artistas para isso, só é necessário um pouco de tempo e paciência. O que falta na cena é basicamente um amadurecimento em alguns pontos.
6- Bom, agora que já sabemos mais sobre você, vamos falar do seu recente lançamento, a faixa “Take”. Conta um pouco sobre a track e o que você quiz passar com ela para os seus fãs e qual foi energia por onde você já tocou a nova track?
Como foi o processo de produção dessa faixa? Quanto tempo demorou? O que representa pra você o lançamento dessa nova faixa?
R: Eu levei em torno de três horas para produzir a “Take”. As músicas que mais marcaram a minha vida foram músicas todas feitas em poucas horas, como por exemplo a “Bass” que ficou pronta em duas horas.
As ideias das músicas demoram mais ou menos esse tempo porém tem a pós produção que inclui mixagem e tudo mais, e com isso o tempo se estende para dois meses.
É engraçado explicar porque quando a ideia vem eu só me deixo levar porém eu sempre começo pelo baixo. No caso da “Take”, o vocal estava perdido então eu fui trabalhando mais detalhes depois e acrescentando samples instrumentais na música. Nesse novo trabalho quis passar as sensações que se vivem em uma noite de diversão.
7- A track “Take” foi lançada pelo seu novo selo, Elevation, que será distribuído pela gravadora [re:agent]. Qual a proposta deste novo selo e o que ele traz e pode acrescentar para cena da música eletrônica?
R: Acabamos de lançar o selo e ainda estamos criando uma estrutura sólida para ele. A “Take” foi o seu primeiro lançamento mas até o final do ano pensamos em lançar mais materiais, o trabalho está apenas começando.
8 – Pra finalizar, conte um pouco do que está acontecendo nos “Backstages” da sua carreira e o que podemos esperar para este próximo semestre?
R: Assim como o primeiro semestre que incluiu grandes viagens, grandes apresentações e diversos lançamentos, o segundo semestre terá a mesma característica.
Acabamos de participar do documentário de 20 anos do XXXperience e ainda seguindo nos trabalhos de audiovisual lançaremos um vídeo relatando como foram as nossas idas para a África do Sul e para o Vietnã. Até o final do ano haverão outras grandes apresentações para acontecer como a Federal Music, Xxxp e outras que ainda estão para ser anunciadas. Estamos com muitas ideias a serem praticadas no que resta de 2017.